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Você já ouviu expressões como “o burnout vem”, “burnoutinho, seu amiguinho”?

A síndrome de burnout ou esgotamento é caracterizada pela exaustão física, mental e emocional associada a sentimentos negativos em relação ao trabalho e à sensação de ineficiência e falta de realização profissional. Essas alterações ocorrem como resposta ao estresse crônico mal manejado no ambiente laboral.1,2

Estima-se que no Brasil, a síndrome de burnout configura 32% das condições de estresse relacionadas às atividades laborais.  Profissões que lidam com o público são consideradas de maior risco para seu o desenvolvimento: médicos, enfermeiros, professores, policiais entre outras.3

Assim, é importante conhecer melhor essa condição para buscar ajuda especializada o mais rápido possível caso seja necessário.

 O que uma pessoa com síndrome de burnout pode sentir?

  • Cansaço excessivo (físico e mental);
  • Dor de cabeça e muscular frequentes;
  • Alterações no apetite;
  • Insônia;
  • Dificuldades de concentração;
  • Negatividade constante;
  • Sentimentos de derrota, fracasso, insegurança, incompetência e desesperança;
  • Alterações repentinas de humor;
  • Isolamento;
  • Problemas gastrointestinais;
  • Alteração nos batimentos cardíacos, pressão alta.4

Como é feito o diagnóstico?

Através da avaliação com profissionais de saúde mental (psiquiatra e psicólogo) é possível identificar a questão e propor o tratamento apropriado.4

Quais são os impactos da síndrome de burnout?

  • Aumento do risco de desenvolver doenças cardiovasculares, depressão, uso nocivo de álcool e suicídio.
  • Prejuízo nas relações interpessoais.
  • Redução da satisfação dos profissionais e do público atendido (ex. alunos, pacientes).
  • Diminuição na produtividade e aumento dos custos trabalhistas (faltas, afastamentos, demissões, novas contratações).
  • Quando afeta trabalhadores da saúde, notou-se aumento da mortalidade e das taxas de infecção nas unidades de cuidado onde esses funcionários trabalham. Além disso, foi observado hábitos de prescrição abaixo do ideal e menor aderência por parte dos pacientes às recomendações desses profissionais.5

Como é realizado o tratamento?

O tratamento pode envolver várias dimensões como demonstrado na figura abaixo:1,4

Figura: Dimensões do tratamento da síndrome de burnout

“E agora, José?”

Além de procurar avaliação profissional, vale ressaltar que o burnout é um problema de nível estrutural ocasionado por uma demanda excessiva de trabalho associada a recursos e suporte inadequados e não um problema individual devido à uma limitação pessoal.5

Desse modo, espera-se que as empresas e instituições promovam intervenções organizacionais em prol do bem-estar no ambiente de trabalho (identificação de setores sob maior risco, investimentos estratégicos, participação dos trabalhadores nas decisões, flexibilização de horários, implementação de programas voltados para o bem-estar profissional como cultura da empresa).5

Assim, aos primeiros sinais de adoecimento mental, busque ajuda profissional!

Referências

  1. Maresca, G.; Corallo, F.; Catanese, G.; Formica, C.; Lo Buono, V. Coping Strategies of Healthcare Professionals with Burnout Syndrome: A Systematic Review. Medicina 2022, 58, 327. https://doi.org/10.3390/medicina58020327
  2. International Classification of Diseases (ICD), 11th Revision, QD85 Burnout. https://icd.who.int/browse/2024-01/mms/en#129180281
  3. Latorraca, C.O.C.; Pacheco, R.L.; Martimbianco, A.L.C.; Riera, R. O que as revisões sistemáticas Cochrane dizem sobre prevenção e tratamento da síndrome de burnout e estresse no trabalho. Diagn Tratamento. 2019;24(3):119-25. https://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/12/1026704/rdt_v24n3_119-125.pdf
  4. Ministério da Saúde. Síndrome de burnout. https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sindrome-de-burnout
  5. Shanafelt,T.; Goh, J.; Sinsky, C. The Business Case for Investing in PhysicianWell-being. JAMA Intern Med. doi:10.1001/jamainternmed.2017.4340
  6. Lista de ilustrações: